Maior garça das Américas, solitária, discreta, silenciosa e pura, estava caída debaixo do poste de luz em bairro de M. Claros, cujo nome ou é flor silvestre, ou é ferida no rosto
Domingo 04/05/25 - 7h31
Na tarde desta sexta-feira, por volta das 14h00min, uma equipe do Corpo de Bombeiros Militar foi acionada para atender uma ocorrência de captura de animal silvestre no bairro Facela.
No local, os militares encontraram uma Garça-moura (Ardea cocoi) que havia sido capturada por moradores da região.
Os moradores relataram que viram o animal caído debaixo de um poste de iluminação pública e possivelmente ele se chocou na rede elétrica e sofreu um choque.
Desta forma, após verificar que o animal encontrava-se visivelmente debilitado e fragilizado, com o uso de EPI´s apropriados ele foi recolhido com segurança pela guarnição de bombeiros e encaminhado ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS), onde receberá os cuidados necessários para sua recuperação e possível reintegração ao habitat natural.
O CBMMG reforça a importância de acionar os órgãos competentes ao encontrar animais silvestres em situação de risco, evitando manuseio indevido e garantindo a preservação da fauna.
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A garça-moura (Ardea cocoi) é a maior garça das Américas.
Também conhecida como maguari, colhereiro-mouro ou simplesmente garça-cinzenta, é uma ave típica de áreas úmidas, como margens de rios, lagos, brejos, pântanos e áreas alagadas.
Principais características:
Tamanho: pode chegar a até 1,36 metro de altura e envergadura de até 2 metros.
Cor: plumagem cinza-clara no corpo, pescoço branco com uma faixa preta frontal, cabeça branca com uma listra preta que vai do olho à nuca e bico amarelo.
Alimentação: peixes, anfíbios, pequenos répteis, insetos aquáticos e até roedores.
Distribuição: ocorre do Panamá ao sul da Argentina, sendo comum em grande parte do Brasil.
Comportamento: costuma ficar imóvel por longos períodos à beira da água esperando a presa passar.
É uma ave solitária ou vista em pares, mas pode formar grupos maiores em áreas com alimento abundante.
Apesar do tamanho e imponência, a garça-moura é bastante discreta e silenciosa.
Já a palavra Facela pode ter diferentes significados.
1. [Arcaico ou Regional] Ferida superficial no rosto ou na pele
Vem do latim facies (rosto).
Pode ser usada para indicar uma lesão leve na face, como um arranhão ou escoriação.
2. Em algumas regiões, "facela" pode ser um nome popular dado a plantas do gênero Phacelia, que são flores silvestres encontradas nas Américas.
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17h55m, sábado, do jornal Estado de Minas, de BH:
Garça-moura é capturada em área urbana de Montes Claros
Ave teria batido na rede de energia e sofrido choque antes de ser encontrada por moradores
Luiz Ribeiro
Uma garça-moura ferida foi resgatada pelo Corpo de Bombeiros na área urbana em Montes Claros, no Norte de Minas. A ave foi encaminhada para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS), da unidade do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na cidade.
O animal foi capturado por moradores na tarde de sexta-feira (2/5), no Bairro Facela, na periferia da cidade, perto à uma área de vegetação nativa.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, os moradores relataram que viram a garça caída debaixo de um poste de iluminação pública, possivelmente, após ter batido na rede elétrica e sofrido um choque.
Os militares, após constatarem que o animal encontrava-se visivelmente debilitado e fragilizado. Com o uso de Equipamentos de Proteção individual (EPI´s) apropriados, os bombeiros recolheram a garça. A ave foi levada para o CETAS, a fim de receber os cuidados necessários para sua recuperação e possível reintegração ao habitat natural.
Maior garça do Brasil
A Garça-moura (Ardea cocoi) é considerada a maior espécie de garça do Brasil. Tem com envergadura de 180 cm e 125 cm de altura, podendo pesar até 3,2 quilos.
A ave habita beiras de lagos de água doce, rios, manguezais e alagados. Ela está presente em todo o país, podendo ser encontrada também ao longo de grande parte das Américas, do Panamá ao Chile e Argentina, e nas Ilhas Malvinas.
A garça-moura Vive solitária fora do período reprodutivo, quando reúne-se nos ninhais. Ela mantém-se isolada durante deslocamentos para alimentação. Seu voo é solitário e ritmado com lentas batidas de asas, muito característico da espécie.
A ave costuma ficar pousada nas margens dos rios e riachos, em meio à vegetação, pescando peixes, sapos, rãs, pererecas, caranguejos, moluscos e pequenos répteis. A garça-moura captura presas de lugares mais fundos, os quais outras garças não conseguem alcançar.
"A garça-moura é nativa da América Latina, ocorrendo em todo o Brasil. Na região do cerrado, é encontrada em toda a bacia do São Francisco, inclusive no vale do Rio Verde Grande, na beira de rios e lagoas. Aqui dentro da cidade de Montes Claros já registramos a espécie em vários locais, principalmente na Lagoa Interlagos," afirma o ambientalista Eduardo Gomes, diretor do Instituto Grande Sertão (IGS), de Montes Claros.