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Mensagem: O caso carioca Manoel Hygino Há uma guerra declarada depois dos acontecimentos - vamos dizer bélicos - no Rio de Janeiro, em 28 de outubro passado. Os 64 mortos inicialmente registrados passaram para praticamente o dobro no dia imediato. A Operação Contenção, do governo fluminense, transformou-se na mais letal da história fluminense para assumir dimensão supranacional e ganhar extensos espaços na mídia em todo o continente sul-americano. O Rio deixou de ser a Cidade Maravilhosa para fazer-se brutal cenário de guerra civil semelhante às das repúblicas bananeiras em que se trocam os chefes de governo de acordo com as circunstâncias da hora. Assistiu-se a confrontos armados de média intensidade entre forças de segurança e grupos irregulares dominadores de territórios, mas com notória ação de dispositivos de quadrilhas de criminosos suficientemente preparados e treinados para a luta armada. Um oficial do Bope, ex-capitão, alertou que “o Brasil precisa entender que não se trata de uma ação policial contra bandidos, mas de um conflito armado não internacional, quase uma guerra civil”. Faltou pouco: houve ausência de blindados específicos, como o M103 e o Clanf, que seriam capazes de transpor barricadas. Sem esses equipamentos, que não foram cedidos pelo governo federal, as tropas precisaram avançar a pé pelos becos e vielas, aumentando sua vulnerabilidade. Pouco faltou, mesmo com 2.500 agentes das Polícias Civil e Militar, com apoio de helicópteros e veículos blindados. Pelo que se viu, a autoridade sequer conseguiu manter sigilo em torno da operação, que visava simplesmente prisão de delinquentes por envolvimento no tráfico de drogas, homicídios e imposições de controle territorial em comunidades como vilas Kennedy e Cariri. Com apoio de órgãos especializados, realizaram-se buscas em veículos, imóveis e locais suspeitos, para desarticular a logística da facção. Segundo as comunidades afetadas, o controle criminoso envolvia expulsão de moradores, barreiras de acesso e dispositivos como drones, para monitorar agentes de segurança. Ficou configurado, após os embates e a carnificina, que o sistema de segurança do Rio de Janeiro é incapaz de vencer o crime organizado no Estado e de estabelecer a ordem na verdadeira acepção da palavra. Daí a conjugação de forças de vários estados no anunciado “Consórcio de Paz”. Precisa-se de muita energia e de um conjunto vigoroso de esquemas de combate em campo. E não só no Rio, com apoio da União, evidentemente.
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